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Review: Nasce uma Estrela


“Nasce uma Estrela” é um filme que conquista Hollywood desde 1937. Parece estranho? Esse foi o ano que a primeira versão do filme chegou nas telonas e conquistou os espectadores. Hoje, mais de oitenta anos depois, o filme ganha sua quarta versão, estrelada por Bradley Cooper e Lady Gaga. E adivinha? Vai continuar conquistando os espectadores. O novo remake traz uma história já conhecida, mas que – mesmo assim – é capaz de emocionar do início ao fim.

O filme conta a história de Ally, uma aspirante a cantora frustrada que não consegue fazer sua carreira dar certo. Ela trabalha em um restaurante, onde é maltratada pelo seu chefe e só pode contar com o melhor amigo para tentar manter seus sonhos vivos. Uma vez por semana, ela faz um show ao vivo em um bar de drag queens e isso é o mais perto que ela chega de ter uma carreira artística. Ela está prestes a desistir quando um dia, por acasos do destino, Jackson Maine, um grande astro da música country-pop acaba indo parar no bar onde ela se apresenta e a vê fazendo uma belíssima e cativante apresentação de “La Vie En Rose”, de Edith Piaf. Vidrado com a apresentação e com a garota, Jackson percebe nela o talento que ela estava duvidando que tinha e, aficionado pela garota, não quer mais sair de perto dela.

Essa é a estreia de Bradley Cooper como diretor, ainda que ele também estrele o papel masculino principal – o do famoso cantor Jackson Maine. Ao que me parece, ambos os desafios foram concluídos com muito sucesso. O filme é magistralmente dirigido e sua interpretação provavelmente lhe renderá uma nova indicação ao Oscar. Da mesma forma, a fotografia do filme é um primor, com cenas belíssimas como as que mostram Jackson vendo Ally pela primeira vez.

No início do filme, temos talvez a sensação de estar assistindo um desses filmes de sessão da tarde ou lendo uma fanfic do Wattpad: o cantor superfamoso, mas cheio de tormentos, se encanta com a menina talentosa, mas sem oportunidades e começa a oferecer o mundo para ela. Os dois passam uma noite inteira conversando, se envolvendo emocionalmente e, no final da noite se separam sem ao menos se beijarem – mas o estrago no coração dos dois já está feito. Jackson não está disposto a deixar Ally e ela não consegue acreditar no que está acontecendo, mas a sequência de fanfic segue se desenrolando. Primeiro, Ally é convidada para um show em outro Estado e vai de jatinho, carro VIP, ala especial e tudo aquilo que amamos. Depois, Jackson a convence de cantar uma música com ele, no palco e na frente de uma plateia lotada. Em um terceiro momento, ele simplesmente aparece na casa dela quando ela não dá notícias. E daí para frente, os dois se unem de tal forma que não é mais possível pensar nesse ship separado. Enquanto fazer tour juntos e conquistam cada vez mais fãs, Ally vai chamando atenção e mostrando ao que veio – até que é contatada por um empresário que quer lança-la como uma nova estrela.

O filme traz claras críticas à indústria do showbiz, mostrando como ela pode ser cruel para jovens artistas e para aqueles que não se enquadram no “padrão” de beleza esperado. Também existe um claro questionamento sobre a indústria transformar aqueles que são realmente talentosos em mais do mesmo. Ally, por exemplo, tem uma voz incrível e escreve as próprias letras, mas em certo momento da escala para o sucesso, acaba parecendo perdida no caminho – com letras que não tem nenhuma profundidade e são acompanhadas por coreografias no mínimo vergonhosas.

O filme é cheio de surpresas e nuances, com um arco muito forte do personagem de Jackson Maine, que está em decadência. Não porque sua carreira está ruim – muito pelo contrário, ele parece no auge, mas porque está sendo assombrado por seus fantasmas. É impossível não ficar incomodado, emocionado e apreensivo com a trajetória do personagem de Bradley Cooper, que está arrasando na atuação. Nos envolvemos fortemente com o cantor, desejando muitas vezes entrar no filme para tentar resolver as situações nas quais eles se colocam e fazê-lo, enfim, viver uma vida feliz ao lado da mulher que ele ama.

Destaca-se ainda a excelente trilha sonora, que mescla músicas muito contagiantes e dançantes com músicas que nos fazem derramar um rio de lágrimas, tanto pela letra quanto pela harmonia. É fácil dar um palpite de que pelo menos uma das músicas originais será indicada ao Oscar – e se não for, será injusto! Vale fazer uma exaltação aqui de que todas as músicas foram gravadas ao vivo no filme – isso mesmo, nada de dublagem. É de se esperar que Lady Gaga, que interpreta Ally, fosse capaz de entregar lindas músicas, perfeitamente executadas. A surpresa fica novamente com Bradley Cooper, que se mostrou capaz de cantar de forma encantadora, sem baixar o nível. E olha que seus duetos eram com uma das cantoras mais talentosas da atualidade! A Lady Gaga também não baixa os níveis de atuação, personificando uma comovente Ally, com quem nos envolvemos do início ao fim.

Com um enredo cheio de altos e baixos e reviravoltas surpreendentes, “Nasce Uma Estrela” é um filme para arrancar muitas lágrimas e nos fazer questionar sobre nossas vidas, nossos sonhos e nosso futuro. Quando o filme acabou eu permaneci sentada, secando as lágrimas e tentando absorver tudo aquilo. E foi basicamente isso que todos que tiveram a oportunidade de cobrir a cabine também estavam fazendo. É o tipo de filme que vai ficar ressoando na minha cabeça e no meu coração por muitos dias. Recomendadíssimo! Mas não esqueça os lenços :)

 

Ficha Técnica:

Nasce Uma Estrela (A Star Is Born) – EUA, 2018

Direção: Bradley Cooper

Roteiro: Bradley Cooper, Will Fetters, Eric Roth, William A. Wellman

Elenco: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott, Andrew Dice Clay, Anthony Ramos, Rafi Gavron, Dave Chappelle, Bonnie Somerville, Michael Harney, Rebecca Field, Willam Belli, Eddie Griffin, Greg Grunberg, Alec Baldwin, Luenell Michael D. Roberts, Barry Shabaka Henley, D.J. “Shangela” Pierce

Duração: 135 min.

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